Rejeitos da barragem rompida em Brumadinho não chegaram ao Rio São Francisco

Imagens aéreas da expedição entre Brumadinho e os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias. Foto: Semad/ Divulgação.

Mais de quatro mil dados e amostras foram coletados ao longo de aproximadamente 250 quilômetros de rios e lagos, durante trabalho coordenado pela Polícia Federal, em parceria com órgãos ambientais

Os rejeitos que vazaram da barragem da mina Córrego do Feijão, da Vale, rompida no dia 25 de janeiro, não chegaram ao Rio São Francisco, nem ao lago de Três Marias. A constatação é de uma expedição realizada entre os dias 9 e 16 de maio pela Polícia Federal e órgãos ambientais.

O temor que a lama chegue a um dos principais mananciais do país ocorre porque ela já atingiu e contaminou o Rio Paraopeba, que deságua no São Francisco. O trabalho identificou que o material tóxico não ultrapassou os limites do reservatório de Retiro Baixo, entre Pompéu e Felixlândia, na região Central do Estado.

No total, mais de quatro mil dados e amostras foram coletados ao longo de aproximadamente 250 quilômetros de rios e lagos, desde Brumadinho até os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias. O conjunto de dados envolve imagens de satélite, medições radiométricas e hidrológicas, amostras de água e sedimentos de fundo dos corpos hídricos.

Segundo informações divulgadas pelo Governo de Minas, os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento do desastre ressaltam, mais uma vez, que permanecem vigilantes no acompanhamento da dispersão dos rejeitos no Rio Paraopeba. “Desta forma, asseguram que a população será imediatamente informada, por meio de comunicados oficiais e da imprensa, sobre qualquer alteração relevante no cenário de poluição decorrente do desastre”, completou, por meio de nota.

A expedição

O trabalho foi coordenado pela Polícia Federal e contou com a participação dos seguintes órgãos e instituições: Universidade de Brasília (UnB), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Institut de Recherche pour le Développement (IRD), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

Também apoiaram o trabalho o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig), Prefeitura Municipal de Felixlândia e empresas de consultoria ambiental.

Nos oito dias de trabalho de campo, foram empregadas três aeronaves tripuladas, dois drones, seis embarcações, onze veículos terrestres, sensores espectrais, radiômetros e dois laboratórios de campanha. Integraram a equipe mais de 30 profissionais, entre pesquisadores, peritos criminais, analistas ambientais e técnicos de órgãos públicos e consultorias.

Com informações da Agência Minas.