Novo combustível será mais caro, porém deixará veículos mais econômicos

A partir do dia 3 de agosto, a gasolina comercializada no Brasil seguirá novas especificações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que regula o setor.

De acordo com informações do portal Auto Esporte, as mudanças englobam a gasolina tipo C (comum) e a premium. Na prática, o combustível terá melhor qualidade. Isso irá promover aos carros mais eficiência, além de reduzir as emissões de poluentes.

Entretanto, de acordo com a Petrobras, o litro do combustível terá o preço elevado, até o momento, não há perspectiva de quanto. “Em termos finais de custo, acreditamos que será mais positivo, porque poderá rodar mais com menos”, afirmou a diretora da Petrobras, Anelise Lara.

Sendo assim, o condutor que irá arcar com um preço mais alto, também rodará mais quilômetros com um litro de gasolina.

O mentor de tecnologia em energia da Sociedade de Engenheiros de Mobilidade (SAE Brasil), Everton Lopes, revelou ao portal que a melhoria no consumo do veículo vai compensar o preço alto. “Há previsões de que os veículos devem ter a performance melhorada, chegando a 3% ou 4% de economia”, disse. “Cada litro consumido gera uma quantidade de CO2. E, com 4% menos consumo, as emissões também caem 4%”, completou.

Novidade

Entre as alterações, estão a introdução de uma massa específica mínima de 715 kg/m³ para a gasolina. Isso representa a quantidade de uma substância em um determinado volume. No Brasil não há nenhuma exigência mínima especificada, mas Everton elucida que a gasolina produzida aqui já está próxima dessa marca. “Porém, nas importadas, havia o risco de vir com massa menor”.

Ainda segundo o engenheiro, “quando a massa específica é muito baixa, há menor conteúdo energético por litro, então o consumo aumenta”.

Mais uma novidade é a adoção de um novo padrão na contagem da octanagem da gasolina. “Quanto maior a quantidade de octanos, mais resistente o combustível é à queima, e mais próximo do melhor nível de eficiência ele vai estar”, afirma Everton.

Dois padrões

Atualmente, apenas um padrão de medição da octanagem, chamado de MON, era divulgado, com octanagem mínima de 82. Agora, a gasolina também deverá seguir a metodologia RON, mais adequada aos motores modernos, com octanagem mínima de 92. A partir de janeiro de 2022, a marca sobe para 93.

Só que o aumento nos octanos não deve representar ganho no desempenho. No entanto, além da economia de combustível, a octanagem mais alta ajuda a preservar os motores.

A Anfavea, associação das fabricantes, enfatiza que a nova especificação é “um avanço importante na direção de critérios internacionais modernos. Estes critérios permitem que os novos motores possam ser projetados com características mais econômicas, menos poluentes e com melhor desempenho. Sem dúvida, é um passo importante na melhoria do combustível e dos futuros veículos. Mesmo para os veículos atualmente em campo”, finalizou.

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