Com investimentos de R$ 69,6 milhões, oriundos do governo de Minas, iniciativa pode gerar 12 mil empregos
Nos próximos anos, Betim deverá receber do Estado de MG R$ 69,6 milhões para a construção de oito prédios escolares. A origem desse investimento foi esclarecida, em 26 de maio, quando a prefeitura municipal e o governo de Minas firmaram acordo a respeito do projeto Mãos Dadas, que prevê à cidade mineira absorver os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental das instituições estaduais, recebendo como contrapartida recursos da administração do Estado para arcar com o procedimento de obras e remanejamento dos estudantes.
O prefeito Vittorio Medioli (PSD) revelou que, inicialmente, a proposta não atendia às demandas da cidade. E que foi preciso apresentar um plano alternativo que, além de absorver os alunos, também trabalhasse com a diminuição do analfabetismo funcional.
“Vamos gerar 12 mil novas vagas de empregos com pelo menos 6 mil de ensino integral, com um novo modelo de escola que fornece espaço e condições adequadas a crianças em diferentes níveis de aprendizado. É um projeto que distribui dez unidades de ensino em todas as regionais da cidade – oito com recursos do Estado e duas com recursos municipais. Esse modelo de escola de ensino integral fez sucesso na avaliação do governo estadual. Serão unidades de primeiro mundo”, disse Medioli.
Nesse sentido, em Betim, aproximadamente 3.500 alunos de 15 escolas estaduais devem passar para a gestão municipal no ano que vem. O governador Romeu Zema (Novo) enfatizou que espera resultados positivos com essa iniciativa. “Uma série de ações disciplinadas, bem executadas, a médio e longo prazo vão gerar um impacto substancial. Queremos que Betim seja referência em escola municipalizada. Queremos que os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostrem para todos os prefeitos de Minas que a cidade adotou e trilhou o melhor caminho”, afirmou.
De acordo com a Secretaria Municipal da Educação (Semed), a prefeitura receberá os alunos do 1º ao 5º ano em regime de coabitação, ou seja, eles seguirão matriculados nas escolas estaduais até que as obras das novas escolas estejam concluídas.
“Com a contraposta apresentada pelo município ao governo estadual, daremos um importante passo para modernizar a educação de Betim. Serão espaços pensados no bem-estar de toda a comunidade escolar: mais conforto e segurança para os alunos e melhores condições de trabalho para os professores”, afirmou a secretária Municipal da Educação, Marilene Pimenta.
Medioli também aproveitou a ocasião para elogiar a adesão do projeto. “Eu quero agradecer todo o esforço que foi feito nas últimas semanas para se chegar neste entendimento, casando as necessidades tanto do Estado quanto do município de melhorar a sua qualidade de ensino. Nós temos um verdadeiro combate ao analfabetismo funcional e a baixa qualidade de ensino, que em tempos modernos não se justificam mais”, afirmou o prefeito.
Com a chegada de R$ 69,6 milhões para a construção dos novos prédios escolares, a prefeitura esclarece que as novas estruturas terão 5.000 m² cada uma, áreas educacionais comuns, sala para atividades alternativas, laboratório de ciências, de informática, dois ginásios e área ampla arborizada.
Os centros de ensino da rede estadual de Betim que possuem anos iniciais do ensino fundamental são: Escola Estadual Gramont Alves Gontijo; Escola Estadual Tito Lívio de Souza; Escola Estadual Silvio lucio de Assis; Escola Estadual Estudante Lívia Mara de Castro; Escola Estadual Sarah Kubitschek; Escola Estadual Cândido Portinari; Escola Estadual Newton Amaral; Escola Estadual João Guimarães Rosa; e Escola Estadual Dr. Renato Azeredo.
Mãos Dadas
Lançado em março de 2021, o projeto Mãos Dadas prevê o investimento de mais de R$ 500 milhões, que podem ser destinados para a construção de escolas, aquisição de mobiliários, execução de obras e reformas, entre outros. A iniciativa traz benefícios mútuos para o estado, prefeituras e para a melhoria da qualidade da educação pública ofertada aos estudantes mineiros. Ele possibilitará a aproximação das decisões pedagógicas e administrativas do município focadas nas verdadeiras necessidades dos alunos de anos iniciais, criando uma unidade pedagógica no ciclo da infância.
Além disso, com o aumento de matrículas, consequentemente haverá aumento do valor total a ser repassado pelo governo federal, já que o repasse é proporcional ao número de matrículas. Esses recursos serão cada vez maiores nos próximos anos, a partir da implementação do Novo Fundeb, que, em 2026, garantirá o recurso de R$ 400 milhões a mais por ano aos municípios mineiros.