Igam reforça monitoramento do Rio Paraopeba e determina que a Vale faça o mesmo

Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2020, o forte período chuvoso sobre a região metropolitana de Belo Horizonte, contribuiu com acúmulos expressivos na bacia do Rio Paraopeba. Foto: Ronaldo Silveira.

Desde o final de 2019, com a chuva ganhando força, o instituto procura reforçar a avaliação dos resultados do monitoramento da qualidade da água

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) intensificou o controle da qualidade da água bruta do Rio Paraopeba e determinou que a Vale também fortifique as análises feitas pela mineradora. A orientação é para expansão imediata, com testes diários em três novos pontos do Paraopeba próximo à confluência com o Rio São Francisco, no reservatório de Três Marias, na Região Central de Minas Gerais.

Desde o fim do ano passado, com a chuva ganhando força, o Igam procura reforçar a avaliação dos resultados do monitoramento da qualidade da água da sua rede própria, incluindo o reservatório de Três Marias. O objetivo é verificar quaisquer anomalias que possam indicar partículas de rejeitos, vindos do rompimento da barragem B1, em Brumadinho, na água do rio.

Entre dezembro do ano passado e janeiro de 2020, o forte período chuvoso sobre a região metropolitana de Belo Horizonte, contribuiu com acúmulos expressivos na bacia do Rio Paraopeba. Os dados, medidos pelo Igam, demonstraram um aumento das concentrações de turbidez e manganês no Rio Paraopeba. Contudo, as alterações não apresentam limites que levem à suspensão dos usos.

Apesar disso, o Igam alerta que continua mantida a recomendação de suspensão da utilização da água bruta do Rio Paraopeba no trecho entre Brumadinho e Pompéu, cerca de 250 quilômetros de distância do rompimento. Fora desse trecho, não há indicação de suspensão.

Peixes

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), instituição vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), também acompanha a situação do pescado na Bacia do Paraopeba. Principalmente com foco de elaborar um difuso monitoramento de resíduos de metais pesados na produção de peixes em cativeiro.
Desde fevereiro do ano passado, foram analisadas mais de 5 mil amostras de tilápias produzidas em tanques. Dividido em quatro etapas, o trabalho ocorreu com intervalos de 60 a 75 dias entre cada uma. Durante esse período, nenhuma alteração que indicasse risco ao consumo foi observada.
Contudo, diante do cenário chuvoso dos últimos dias, os técnicos do IMA irão dar continuidade ao monitoramento por tempo indeterminado.

Vale

Em nota a empresa de mineração revela já ter dado início ao monitoramento nos pontos destacados pelo Igam. E que desde janeiro de 2019, está acompanhando cerca de 90 pontos de monitoramento no Rio Paraopeba. A empresa ainda reforça que as análises e mediações são reportadas sistematicamente ao Igam.