Os dados do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) mostram que na cidade a cada 1.000 imóveis, 31 estão infestados com o mosquito transmissor
Devido ao aumento de chuvas no verão somado ao descaso de donos de imóveis e lotes vagos, que não efetuam limpezas necessárias para evitar a propagação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, Betim já registra em 2020, três casos confirmados de dengue, 45 notificações seguem como suspeita.
Diante dessa situação, a cidade elaborou, durante o último mês, o primeiro Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), de 2020. O trabalho, que deixa a Betim sobre alerta, foi efetivado entre 6 e 17 de janeiro, pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses e Endemias (CCZE). Nesse período, foram visitados mais de 8.000 imóveis em todo município. Segundo os dados finais, a média do Índice de Infestação Predial (IIP) na cidade é de 3,1%. Sendo assim, a cada 1.000 imóveis, 31 estão infestados com o Aedes aegypti.
O estudo revelou que os focos do mosquito estão, principalmente, em residências onde há tipos de reservatórios, como pratos e vasos de plantas, bebedouros de animais, tampinhas, garrafas, latas e depósitos de água para uso doméstico – barril, tambor e cisterna. A média de criadouros pesquisados com presença de larvas do inseto foi de 3,6% – a cada 1.000 depósitos de água, 36 continham a presença do mosquito.
Segundo a Prefeitura de Betim, áreas que contém alto risco de infestação irão receber intervenções para que seja garantida a eliminação dos focos. Por exemplo, nas regionais Norte, Vianópolis, Teresópolis, Icaivera, Alterosas, Petrovale, Citrolândia e parte do PTB, onde foi registrado um maior risco de epidemia, acima de 4%.
Nesses locais, ainda será mantida a frequência de visitas de Agentes de Combates a Endemias (ACE) para o monitoramento e eliminação dos criadouros de larvas do Aedes Aegypti. Além de mutirões de conscientização, coleta de inservíveis – materiais sem utilidade, e limpeza de áreas de descarte irregular também continuaram a ser realizados nas regionais da cidade. Os bairros das regionais Centro e Imbiruçu apresentam um número satisfatório, menor que 1%.
“Os resultados do LIRAa vão ajudar gestores e técnicos do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Dengue a traçar ações e intensificar o trabalho que já vem sendo realizado, desde de 2019, de controle e combate ao mosquito, evitando uma nova epidemia de dengue e as outras doenças transmitidas pelo mosquito”, disse a Prefeitura de Betim.
COMITÊ INTERSETORIAL DE ENFRENTAMENTO À DENGUE
A administração municipal elucida que desde 2019, o Comitê de Enfrentamento à Dengue de Betim está trabalhando intensificamente contra a disseminação do Aedes aegypti, antecipando o período chuvoso, a fim de evitar uma nova epidemia.
Formado em fevereiro de 2019, o comitê tem a coordenação da Superintendência de Defesa Civil e é composto por representantes das secretarias municipais de Governo, Saúde, Educação, Gabinete, Comunicação, Segurança Pública, Administração, Meio Ambiente, Ouvidoria; das Gerências Regionais; da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito de Betim (ECOS); e outros órgãos municipais.
NÚMEROS DA DENGUE
Segundo os dados da Vigilância Epidemiológica, ligada à Secretaria Municipal de Saúde, em 2019, Betim teve 51.341 casos suspeitos da doença. Desses, 42.989 ficaram confirmados, no total 18 pessoas tiveram óbitos registrados. Alterosas, PTB, Icaivera, Teresópolis e Norte foram as regionais com a maior taxa de incidência.
Em 2020, houve 45 notificações de dengue e três casos foram confirmados da doença na cidade da região metropolitana de BH. Para este ano, é possível um aumento de casos de zika e chikungunya no município, uma vez que foi observado uma alta na circulação do vírus no nordeste brasileiro e no estado do Rio de Janeiro, onde registraram mortes por zika em 2019. No ano passado, 189 casos suspeitos de zika e 69 de chikungunya foram notificados em Betim.