Gabriel Lucas, que, no ano passado, teve a perna esquerda amputada, participou da ação
Uma brincadeira perigosa que pode provocar muita tristeza. Na última quinta-feira (28), a Guarda Municipal (GM) de Betim realizou atividades educativas para conscientizar o não uso criminoso de cerol e linha chilena durante a brincadeira de soltar pipas ou papagaios.
A iniciativa contra o uso de linhas cortantes ocorre paralelamente à fiscalização da Guarda Municipal quanto ao comprimento das medidas preventivas à Covid-19.
A apresentação da campanha contou com a presença de Gabriel Lucas, de 16 anos, que, no ano passado, teve a perna esquerda amputada após ser vítima de uma linha com material cortante. Conhecido como Feijão, o adolescente tornou-se exemplo de superação.
“Nunca vou esquecer, não com tristeza, mas com muita alegria, porque eu tive uma nova chance de poder escrever uma nova história. E me lembro também, com muita dor no coração, daqueles que tiveram um ponto final na sua história por causa de uma brincadeira que parece inofensiva quando não aleija e tira a vida”, destacou o jovem.
Segundo o comandante da GM, Anderson Reis, soltar pipas ou papagaios com linha cortante é uma atitude ilegal e perigosa. “No ano passado, a GM não mediu esforços para coibir este tipo de prática.
Neste ano, tivemos que adiantar a ação prevista para julho. As crianças e adolescentes estão sem aula devido à pandemia, e o ideal é que elas fiquem em casa. É inadmissível que tenhamos em nossas ruas o hábito de uma brincadeira que pode ser fatal”, destacou.
Penalidade
Em Betim, a Lei nº 6.252/2017 proíbe a utilização de linhas cortantes – feitas com qualquer tipo de produto – nos espaços públicos e privados. Quem for pego utilizando esse tipo de material pode ser multado entre R$ 100 e R$ 1500.
Se for comprovado que a pessoa com o uso do material cortante provocou lesão corporal ou até mesmo a morte de alguém, o suspeito pode responder de acordo com o código penal. Menores de idade autuados são apreendidos, e, logo depois, os pais são acionados podendo arcarem com a multa.
Riscos à vida
De acordo com a Cemig, a maioria dos acidentes ocorre quando o papagaio fica preso na rede elétrica e as crianças tentam retirá-lo, utilizando materiais condutores, como pedaços de madeira ou barras metálicas. Mas o uso do cerol é um dos principais motivos dos desligamentos, causando o rompimento dos cabos de energia quando entra em contato com a rede elétrica.