Situação dos reservatórios da região ainda não preocupa Companhia responsável pela manutenção das estruturas
Muitas regiões de Minas Gerais e de outros estados têm adotado medidas para se adequar à escassez de água nos reservatórios. O que foi mais intensificado pela falta de chuvas nos últimos meses e a necessidade de gerar energia elétrica, por meio das usinas hidrelétricas.
Os reservatórios de água Vargem das Flores, Rio Manso, Serra Azul e Sistema Paraopeba, responsáveis por abastecer boa parte da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), estão com volume de água menor se comparado ao mesmo período do ano passado.
Porém, apesar desse fato, segundo dados de monitoramento da Copasa sobre o dos últimos seis anos, incluindo setembro de 2021, os números atuais já foram piores.
Por exemplo, no Vargem das Flores, em Betim, o volume em 15 de setembro de 2021 era de 61,3%, a terceira mais baixa dos últimos seis anos, comparando os meses de setembro. Em 2016, a estrutura contava apenas com 37,4% de volume. Em 2017, subiu para 44,6% e manteve a elevação também em 2018, chegando a 67,1%.
Um ano depois, em 2019, houve queda para 64,5% do volume. Em setembro de 2020 o Vargem das Flores tem a mais alta marca, 79,5%. Vale destacar que nesse ano, em janeiro, muitas chuvas ocorreram, e por isso é destaque no ranking.
Mesmo assim, o alerta ligado diante da situação atual é a respeito da queda no reservatório que vem se intensificando nos últimos dias. Em 15 de agosto, a estrutura sustentava 69,5%. Um mês depois (15/09) secou 8,2% e chegou a 61,3%. Uma diminuição de quase 12%, em volume, no reservatório responsável por abastecer Betim, Contagem e Belo Horizonte, em apenas quatro semanas.
Rio Manso
A situação é um pouco mais confortável no volume da represa de Rio Manso, em Brumadinho, que abastece boa parte da RMBH. Lá, atualmente, o nível até 15 de setembro era de 73,3%. Há 12 meses, esse dado era de 87,1%. Nos anos anteriores o volume de água esteve com 54,3%, em 2019; 82,8%, em 2018; e 72,3% em 2017. Já em 2016, a porcentagem era de 75,0%.
Serra Azul
Outro reservatório importante para a região é o Serra Azul, com comprometimento de abastecer Igarapé, Mateus Leme e Juatuba. Segundo os registros, nele, a reserva de água mais recente de setembro (15/09) registrou 76,9%. E apesar do tempo seco e escassez de chuva, essa foi a segunda melhor marca dos últimos seis anos. O momento que fica no topo da lista com mais volume de água à disposição, como nos outros casos, também é 2020, com 94,9%.Nos anos anteriores a situação nem de longe foi a mesma.
Em 2019, o reservatório Serra Azul obtinha 62,4% de volume. Em 2018, esse número era um pouco menor, de 45,3%. Contudo, em 2017, em mais um padrão com os outros reservatórios, esse local teve o menor registro entre 2016 e 2021, com 26,1%. Em 2016, a situação era um pouco melhor, com 31,6% volume de água.
Sistema Paraopeba
Como estratégia para reforçar e garantir água na região, principalmente no período forte de seca, o Sistema Paraopeba tinha em setembro de 2016 o nível do reservatório de 55,8%. Em 2017, esse número foi menor ainda, com 53%. Mas esses foram os números mais baixos nos últimos cinco anos. Já que em 2018, o nível desse sistema era 68,6%.
Apenas um ano depois, em 2019, houve uma diminuição chegando a 58,3% de água reservada. Como em outras estruturas, a melhor média foi registrada em 2020, quanto os níveis alcançaram 88,5%.
Racionamento
Em contato com a Copasa, ficou esclarecido, por meio de nota da empresa, que, apesar dos dados, até o momento não há previsão de racionamento. A Companhia reforça que, atualmente, na RMBH, o volume armazenado nos reservatórios está em torno de 72,7% (15/09), o que garante a estabilidade no fornecimento de água.
“De acordo com a série histórica (2016/2021), a reservação atual é bastante superior aos períodos de seca dos outros anos anteriores. Caso haja uma alteração muito grande com relação à elevação da temperatura e de consumo, a Copasa esclarece que serão utilizados todos os recursos para garantir o abastecimento da população”, respondeu a empresa