Intervenções devem ser concluídas até meados de julho
A Casa da Cultura Josephina Bento, em Betim, está fechada, mas é por um bom motivo. O espaço, que completa 33 anos em maio, passa por uma reforma com investimento de cerca de R$ 250 mil. A intervenções começaram no dia 13 de maio e devem durar aproximadamente três meses.
Estão previstas: a implantação de um projeto de iluminação na parte externa e interna do prédio, a reestruturação do telhado e a revisão e melhoria geral da parte elétrica. Também serão feitas intervenções para garantir a acessibilidade do prédio, que hoje não está totalmente de acordo com as normas vigentes.
“A grande novidade é que essa reforma deixará tanto o prédio, quanto o quintal da Casa da Cultura completamente acessível a todos, inclusive aos cadeirantes e às pessoas com mobilidade reduzida”, destacou o presidente da Fundação Artístico-Cultural de Betim (Funarbe), Dudu Braga.
A última vez que a Casa recebeu reparos foi há quase uma década, em 2009. As obras estavam previstas para começar em outubro, mas foram adiadas devido ao período chuvoso.
A Casa da Cultura é tombada pelo Patrimônio Histórico-Cultural desde 1997 e serve, atualmente, como espaço cultural para receber shows, oficinas, entre outros eventos artísticos.
Além disso, é exposto no espaço um significativo acervo, reunindo cerca de 700 peças da história do município e do Estado, como móveis, telas, objetos de utilidade doméstica, documentos antigos, dentre outros. A peça mais antiga do acervo é um documento datado de aproximadamente 1833. A maioria dos objetos que compõem a Casa da Cultura, tem cerca de 150 anos.
“A preservação da memória contribui para o desenvolvimento local e a Casa da Cultura é um grande espaço de conservação da memória betinense”, completou Braga.
A reforma será feita por meio da parceria entre a Empresa de Construções, Obras, Projetos, Transportes e Trânsitos (Ecos) e Funarbe.
Histórico
A edificação que serve de sede à Casa da Cultura Josephina Bento é considerada a mais antiga da cidade de Betim. Segundo avaliação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), o espaço foi construído em meados do século 18. O imóvel servia como ponto de parada para tropeiros, bandeirantes e sertanistas que vinham de São Paulo com destino à Vila do Ouro. O local também funcionava como um pequeno comércio.
No ano de 1984, o imóvel foi desapropriado pela prefeitura, já tendo em vista a instalação em seus domínios da Casa da Cultura. A restauração do prédio se deu em 1986, num sistema de vedação em pau-a-pique apoiado em embasamento de pedras, preservando assim suas características originais.
Em 29 de maio de 1987, foi inaugurada como Casa da Cultura Josephina Bento, em homenagem a uma das primeiras professoras da cidade. Em 2004 passou por uma reforma geral e foi reinaugurada em 15 de março do mesmo ano. Em 2009 foi fechada para realização de reforma do telhado.