Estudo revela que 80% dos criadouros do Aedes aegypti estão nas residências
A prefeitura de Betim está promovendo atividades de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e zika. Nove regionais do município recebem o mutirão de combate ao mosquito. Desse total, até o momento, quatro ações já foram concluídas.
Para conter a reprodução do mosquito algumas medidas foram tomadas como: o aumento no número de agentes de combate a endemias, o uso de tecnologia na procura por focos do mosquito e fiscalizações residências serão reforçadas. Segundo o capitão da Defesa Civil, Ramiro Coelho, por meio do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), foi descoberto que cerca de 80% dos criadouros estão nas residências.
“Há dificuldade das pessoas aceitarem a cultura de fazer a prevenção. Mas também tem a questão de que os agentes, ao tentarem efetuar as visitas, são impedidos de entrar nas casas. Isso é mais comum em residências de pessoas de maior poder aquisitivo. O motivo é o medo de que os funcionários, que combatem o Aedes aegypti, serem, na verdade, um ladrão”, afirma Ramiro.
O capitão da Defesa Civil ainda reforça que todo morador, ao receber a visita de agentes de combate a endemias, deve e pode solicitar a identificação do funcionário, por meio do crachá ou da camisa que contém a identificação.
Betim é a segunda cidade da região metropolitana de Belo Horizonte com o maior número de casos confirmados. São 40.217 registros e 18 mortes de janeiro até o dia 6 de novembro. O município só perde para a capital mineira. Segundo a Secretária do Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG), até o último dia 18, Belo Horizonte registrou 484.779 casos prováveis somente de dengue e 29 mortes confirmadas.
Queda nos índices de infestação
Mesmo diante desse número assombroso de casos em Betim, o LIRAa, realizado entre 7 e 18 de outubro, detectou, durante 8.292 visitas, que a cidade se encontra, atualmente, em situação regular de 0,4%. Menor que 1%, desta forma, o índice de infestação encontra-se baixo.
Porém, a bióloga e referência técnica de Controle da Dengue, Maria Inmaculada Cardiel, reforça que mesmo diante desses indicadores é importante que a sociedade continue adotando medidas de prevenção. “Em breve, teremos o período chuvoso e quente que favorece a proliferação do mosquito se houver recipientes com água parada. É preciso estar sempre vigilante. Se a população se descuidar, podemos ter outra epidemia de dengue, no próximo verão”, afirma.
O LIRAa também revelou os locais onde há maior foco do inseto na cidade. Isso auxiliou o Comitê Intersetorial de Enfrentamento à Dengue, administrado pelo capitão da Defesa Civil, juntamente com representantes das secretarias e órgãos municipais, a planejar, de maneira precisa, os locais que os mutirões são efetuados.
“O combate à dengue é contínuo. Mas a gente lança mutirões para pode levar a parte educativa para à população. Nesses mutirões são feitos o recolhimentos de entulho, de inservíveis e os agentes de zoonoses vão às casas para fazer a campanha educativa e também de combate. Além de promover atividades em escolas. Mas o combate ao mosquito deve continuar ocorrendo pela própria população”, disse Ramiro.
No último dia 14 de novembro, a ação ocorreu na regional PTB. Nesta quarta (20), as atividades foram exercidas na regional Centro, tendo início pelo bairro Brasileia. Na próxima sexta-feira (22), será a vez da regional Norte. A concentração nesse dia será às 8h, no Parque de Exposições David Gonçalves Lara, localizado na rua do Rosário, 1840, bairro Angola.
Aplicativo da dengue
A prefeitura de Betim irá utilizar como reforço no combate à dengue a tecnologia. Um aplicativo, que está em fase de aprovação, irá poder tirar fotografias de criadouros e compartilha as imagens com o objetivo de denunciar os possíveis focos do mosquito. “É uma interação entre a vigilância e a população. Uma ferramenta sensacional”, comenta Ramiro Coelho. Porém, até o momento o aplicativo não tem data oficial de lançamento.