Avabrum realiza programação por memória e justiça pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale

Este 25 de janeiro marca os cinco anos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que matou as 272 joias, como são chamadas as vítimas da tragédia. Meia década depois, os familiares seguem cobrando por justiça, pois, até hoje, ninguém foi responsabilizado criminalmente. Para marcar a data,  a Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) realizou uma série de atividades de protesto e memória. A programação iniciou com homenagens no domingo (21) e se encerrou com um ato nesta quinta-feira (25).

A Avabrum programou quatro dias de atividades para marcar os cinco anos da tragédia, com eventos nos dias 21, 22, 24 e 25. No primeiro dia da programação, domingo (21), aconteceu um passeio ciclístico em homenagem às vítimas. Já na segunda-feira (22), foi realizado um seminário na Câmara Municipal de Brumadinho, com a temática dos “5 Anos Sem Justiça”. Na quarta (24), uma carreata pediu por justiça seguida de louvor e apresentações ecumênicas. Hoje (25), que marca exatamente meia década do rompimento da barragem, houve uma coletiva de imprensa e foi realizado um ato em memória e protesto.

“Como o Judiciário quer ser lembrado? Do lado da Justiça ou da Impunidade?”, questionou Andresa Rodrigues, presidente da AVABRUM, durante o seminário 5 Anos Sem Justiça, que reuniu familiares de vítimas de diversas tragédias que ainda não houveram responsabilização criminal. “Assim como se passaram 5 anos da tragédia-crime da Vale sem justiça, 11 anos se passaram da Boate Kiss, 8 do crime de Mariana e, em Maceió, são 6 anos de impunidade. Nós esperamos, de esperançar mesmo, e lutaremos para que a justiça esteja do lado de fazer com que os responsáveis por todas essas tragédias respondam pelo crime que cometeram”.

RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL

Cinco anos após o rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, que causou a morte de 272 pessoas, entre elas dois nascituros e três vítimas que ainda não foram encontradas, ninguém foi punido. Também, não há prazo para o julgamento da ação penal, que tramita na Justiça Federal. Fabio Schvartsman, então presidente da Vale quando ocorreu a tragédia, está com pedido de habeas corpus (HC) a ser julgado no TRF6. Após o desembargador relator Flávio Boson Gambogi apresentar, na 2ª Turma da cortel, parecer favorável ao ex-CEO da mineradora, o julgamento do HC foi suspenso porque Pedro Felipe de Oliveira Santos, desembargador revisor, pediu vistas do processo. Faltam dois votos para a decisão final, mas não há data definida para a continuidade da sessão.

Com isso, no último dia 9, familiares das vítimas do rompimento da barragem da Vale entregaram em Belo Horizonte, na sede do TRF6, uma nota pública aos desembargadores pedindo que votem contra o HC que pode inocentar o ex-presidente da mineradora no processo penal. “Viemos aqui no TRF trazer uma nota técnica e um clamor para que este habeas corpus não seja reconhecido. É na Justiça que isso precisa acontecer. É dentro do processo, e não cortando caminho, da forma como o ex-presidente da Vale está tentando fazer”, disse Andresa Rodrigues, mãe de Bruno Rodrigues — morto na tragédia — e presidente da Avabrum.

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