Entrevista: Carlos Alberto (Nem), pré-candidato à Prefeitura de Igarapé

Casado e pai de duas filhas, o pré-candidato confirma que segue no MDB, mas revela em primeira mão que seu vice, Antônio Minelvino, não estará ao seu lado. Foto: Arquivo pessoal.

Durante a entrevista, Nem fez um levantamento sobre seu mandato, falou de saúde, pandemia, desemprego e novos projetos

Na terceira entrevista com pré-candidatos às prefeituras, conversamos com o prefeito de Igarapé, Carlos Alberto da Silva (MDB), o Nem, que recentemente decidiu concorrer mais uma vez ao cargo do executivo.

Casado e pai de duas filhas, o pré-candidato confirma que segue no MDB, mas revela em primeira mão que seu vice, Antônio Minelvino, não estará ao seu lado. “O nome para o pré-candidato a vice ainda está sendo estudado”, explica.

Antes de ser eleito, em 2016, Nem, de 56 anos, foi vice-prefeito de José Carlos Gomes, o Kalu, entre 2013 e 2016. Durante a entrevista, ele fez um levantamento sobre seu mandato, falou de saúde, pandemia, desemprego e novos projetos. Confira:

Folha Vale do Paraopeba: Na sua opinião, quais obras de relevância Igarapé recebeu durante seu mandato?

Nem: Reformamos o Emei, escolas municipais, a piscina do Ceci, entregamos um centro esportivo no Vale, promovemos a iluminação no Canarinho e uma pista de caminhada que abrange três bairros. Também construímos duas escolas infantis, três UBSs e reformamos o da Pousada Del Rey. Oferecemos serviços odontológicos, construímos uma ponte no JK, academias no Santa Mônica e instalamos câmeras de olho vivo no centro. Mudamos a nova sede da prefeitura, extinguindo assim o aluguel, o que gera uma economia de R$ 31 mil por mês. E criamos o Cecovid, para combate ao Covid-19. Em pouco mais de um mês, pretendemos terminar as obras no Córrego Fundo e construir dois UBS.

Estamos reformando a policlínica, a UBS da Roseira e do Vale, dando início a uma nova escola infantil e construindo mais um Cras, tudo para este ano. No momento, sete bairros estão sendo asfaltados, com o objetivo de término para este ano. E o município irá investir R$ 410 mil para a substituição de 533 lâmpadas de vapor de sódio para de LEDs na região Centro e em mais sete bairros. Sem esquecer do novo hospital de olhos, que está sendo construído pelo Icismep, que retomou os trabalhos e a previsão é que em 8 meses será finalizado.

FVP: No ano passado, durante uma entrevista para a Folha Vale do Paraopeba, você falou do atraso do repasse do governo estadual, num valor de 14 milhões, como está isso?

Nem: Isso começou em 2017 e 2018, com atrasos do governo de Minas da época. Atualmente, desse total da dívida, cerca de R$ 9 milhões estão sendo pagos, divididos em 30 meses. Até então, a quitação vem ocorrendo normalmente. O restante da área da saúde, provavelmente nem vamos receber.

FVP: Nessa mesma entrevista, você também tinha falado que seria seu último mandato, que não envolveria mais com política, o que te fez mudar de ideia?

Nem: Depois que você entra na política, passa a fazer parte de um grupo onde, muitas vezes, a vontade sua não é só ‘sua’. Sendo assim, fui procurado por apoiadores que insistiram para que eu mudasse de ideia. Pedi um prazo e resolvi aceitar.

FVP: A respeito da sua gestão, nesses três anos e meio, como você avalia? Quais foram as dificuldades e os feitos que você considera que foram bem sucedidos?

Nem: Costumo dizer que foi um mandato de muito sacrifício. E na hora que começou engrenar, a pandemia chegou. Se for levar em questão esses fatores, a gente tem feito uma boa gestão. Mas isso não é de agora, estamos com esse trabalho há 12 anos. Lá atrás, eu já falava que tínhamos que desenvolver o município para que ele não fosse sempre dependente de repasses.

FVP: Como está sendo governar durante este período de pandemia?

Nem: Sempre há novas informações. Aí, gera esse abre e fecha do comércio. Então, no início da pandemia, criamos um comitê, do qual tem saído decisões que tem surtido efeito. Antes também estávamos caminhando sozinhos, mas como somos próximos de Bicas, eu e o Guto (prefeito de São Jm. de Bicas) resolvemos editar os decretos em conjunto. Com isso temos observado um efeito positivo.

FVP: Como você imagina assumir uma cidade nesse cenário de pós-pandemia?

Nem: Vai ser muito difícil, principalmente na questão econômica. O governo federal tem auxiliado os municípios, mas uma hora vai ter fim. Então, as cidades que tiverem condições de caminhar com as próprias pernas vão sofrer menos. As outras vão passar por um período de sacrifício.

FVP: Igarapé tem um número menor de óbitos de coronavírus, comparado aos municípios vizinhos. Qual o motivo para esse resultado?

Nem: Existe um estudo que fala o seguinte, ‘as cidades que cuidam da atenção básica, dos primeiros atendimentos, estão propensas a terem menos óbitos por Covid-19’.E foi nisso que concentramos. Logo no primeiro decreto já criamos o Cecovid, contratamos médicos, compramos ambulâncias e medicamentos. Passamos a valorizar mais o funcionário da saúde com premiações. E também disponibilizamos um caminhão sanitizante e realizamos blitzes educativas.

FVP: Como você está lidando com essa questão de economia, comércios fechados e empresários?

Nem: A gente vinha caminhando sem aderir ao “Minas Consciente”. Mas, há duas semanas, fomos notificados judicialmente pelo Ministério Público. Explicamos aos empresários que não tínhamos opção a não ser a de acatar. E, assim, muitos comércios fecharam as portas novamente. Defendemos muito a questão econômica, claro sem deixar de lado a questão sanitária, mas nos preocupamos com a vida financeira. E nesse contexto, a cidade toda sofre, já que comércio fechado não gera arrecadação. Mas parece que algumas coisas vão mudar. Pode ser que a gente ande em uma onda de maior flexibilização.

FVP: Como você avalia seu mandato na relação de geração de emprego? E como pretende trabalhar a questão do desemprego, principalmente agora com essa crise econômica?

Nem: Como comentei anteriormente, se não tivéssemos nos preocupado em desenvolver economicamente a cidade, nossa situação atual seria muito crítica. Hoje, por exemplo, temos a Sada, Água Mineral, Fornac, a Tegma e a cooperativa dos caminhoneiros, empresas que empregam bastante. Tudo depois que a gente entrou. Poderíamos estar em um momento melhor? Claro. Veja bem, Igarapé tinha passado por um licenciamento na mineração, junto com Bicas, e, hoje em dia, a empresa deveria ter ampliado as atividades de mineração e 1200 novos empregos teriam sido gerados. Mas veio a pandemia, e a empresa resolveu segurar. A expectativa é que os trabalhos tenham início em janeiro do ano que vem. E, apesar da atual situação, a construção civil sofreu uma alta. Tem depósito em Igarapé que as vendas cresceram 200%. Com certeza isso reflete na contratação de profissionais.

FVP: O que você espera das eleições deste ano?

Nem: Vai ser um processo diferente e sem aglomerações. Uma campanha de rede sociais e pouco contato físico. Esperamos que com esse trabalho online seja possível levar à população o que temos para oferecer.

FVP: Alguma mensagem final que deseja deixar para os leitores?

Nem: Agradeço a população. Apesar de passarmos por um período difícil, vejo que estamos num momento de construção. Muita gente está querendo investir e morar aqui. Antes, era mais difícil. Quero aproveitar para agradecer a todos profissionais da saúde na linha de frente do combate ao vírus. E nós seguimos na luta, para entregar até 31 de dezembro todas as obras.