O Projeto de Lei, do vereador Fabinho do Bar, está dividindo opiniões entre os moradores da cidade
Em São Joaquim de Bicas, uma proposta de lei tem ganhado destaque nos últimos dias. O projeto apresentado no último dia 11 de fevereiro, pelo presidente da Câmara, Fabinho do Bar (PP), propõe oficializar o dia 5 de agosto como o Dia do Cavalo.
O texto tem gerado opiniões distintas entre a população. Alguns defensores da lei dizem que, com a data comemorativa, a cidade teria oportunidade de festejar e gerar lucro com a comemoração. Do outro lado, alguns cidadãos solicitam que o Legislativo se encarregue de priorizar questões como saúde e saneamento básico.
O vereador Fabinho justifica que o objetivo é dar continuidade a festa Cavalhada – primeira festa do Cavalo que ocorreu no ano passado. Ele alega que naquela edição tudo foi feito com patrocínio de empresários. “Meu objetivo é resgatar a cultura do cavalheiro. Ano passado tivemos a festa e foi um sucesso, sem gerar custo para a prefeitura e nem para a câmara”, explica o vereador.
Contudo, alguns moradores seguem contra a proposta. A cozinheira Maria de Lurdes, de 61 anos, residente de Bicas há 24, elucida que criar essa data não é o que o município precisa agora. “A cidade está cheia de problema na saúde e na educação, e eles (o Legislativo) querem gastar com isso agora? Sou totalmente contra. A cidade está cheia de cachorros pelas ruas, por que não cuidam disso? Eu estou esperando meu exame de vista e atendimento fisioterapêutico há muito tempo e nada é feito”, relata.
O vereador Anderson do Primavera (PSDB), em um vídeo publicado em seu perfil oficial do Instagram, elucida sobre a necessidade de criar a lei. Segundo ele, quando há proposta de solicitação de verba direcionada à Secretaria do Turismo e Cultura Estadual e ao Ministério do Turismo e da Cultura, para efetuar uma festa, as instituições solicitam o calendário festivo da cidade, e desta forma analisam se a verba pode ser destinada ao município. “Se nesse calendário não estiver especificando que existe o Dia do Cavalo, o recurso não vem”, esclarece Anderson.
O vereador explica que já foi determinado anteriormente o Dia do Evangélico e o dia de São Joaquim e Sant’Ana, padroeiros da cidade, para que assim essas comemorações tivessem dinheiro do governo Estadual e Federal para serem realizadas. “Não quer dizer que estamos tirando dinheiro do município, pelo contrário, vamos estar é trazendo investimentos de fora para fazer a festa em nossa cidade”, finalizou o vereador.
A engenheira Ana Carolina, 25, mora no município e também relatou sua opinião. “Se não vai sair do bolso da prefeitura e precisa do dia no calendário para o Governo destinar verba para a comemoração, não vejo problemas em criar a data”, disse.
A Câmara de Vereadores da cidade é composta por 11 parlamentares. Fabinho, o presidente da Casa, acredita que entre todos os membros a aprovação da lei é unânime. Mas deixa claro que ainda há um caminho longo a percorrer.
“A gente (o Legislativo) está escutando a população, não podemos deixar de avaliar a opinião da comunidade, vamos seguir com a proposta se a maioria quiser, se não quiser iremos recuar. Eu fiz isso por que algumas pessoas me pediram para resgatar a tradição dos cavalheiros. Em Bicas, não tem praticamente nenhum evento. Não irá sair nenhum valor dos cofres públicos, nós apenas liberamos o alvará”, conclui.
A proposta deve ser avaliada até o fim de fevereiro. Depois de passar por análises das comissões, leva 30 dias para ser aprovada ou não.