Usuários do BetimCard que pagavam R$ 4,35, passam a pagar R$ 4,65; e os que utilizam dinheiro, arcam agora com R$ 4,80 pelo transporte que antes era de R$ 4,50
O valor cobrado nas passagens do transporte coletivo público em Betim tem aumento médio de 6,4%, a partir de quinta-feira, 1º de abril. Essa porcentagem possui relação com a inflação do período, a maior dos últimos cinco anos, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e, sobretudo, com os aumentos no preço dos combustíveis ocorridos de maneira pontual nos últimos meses, informa a prefeitura municipal.
Desta forma, a partir deste mês, o preço para quem paga a condução com Betimcard passa de R$ 4,35 para R$ 4,65. E para quem utiliza dinheiro como forma de pagamento da passagem, o valor tem alteração de R$ 4,50 para R$ 4,80. Nos ônibus das linhas circulares a quantia atualizada passa a ser de R$ 2,65. Antes o valor cobrado era R$ 2,50.
O diretor da TransBetim, Gilmar Mascarenhas, destaca que esse reajuste visa corrigir o déficit nos custos de operação que sofreram elevação devido aos últimos aumentos dos combustíveis. “Só neste ano, o preço da gasolina para as refinarias de petróleo subiu cinco vezes. Acumulados, esses aumentos, entre janeiro e março, somam 41,5%. E não foi só a gasolina. O diesel, por exemplo, teve uma alta de 34,1%. Esses reajustes têm impacto direto na inflação pois quase todos os setores do mercado precisam, direta ou indiretamente, de combustíveis”, explica Gilmar.
Naiara Dias, de 23 anos, que está em casa devido a Onda Roxa, é vendedora em um shopping da cidade e utiliza o transporte público para ir e voltar do trabalho. Questionada sobre a alta na passagem, ela contesta o atual valor e comenta sobre as condições do serviço.
“Acho este aumento alto por causa da renda do trabalhador, que não dá pra quase nada. Mas entendo que as empresas de transporte público precisam ter lucro, ainda mais com o valor do combustível subindo da forma que vem ocorrendo. Porém, com todos esses aumentos, o transporte deveria oferecer uma qualidade melhor ao usuário”, enfatiza.
A estetacosmetóloga, Jessica Izabel, 24, também utiliza o serviço de transporte coletivo do município como forma de ir ao trabalho e relata que num momento de pandemia o aumento das passagens não é algo que deve ser feito e reclama da lotação dos veículos.
“Isso é um absurdo. Entendo que tudo está aumentando, porém este reajuste só seria justo se o transporte público também melhorasse a qualidade. Estamos em uma pandemia, e a cada dia morre mais gente, e mesmo com vários locais fechados os ônibus estão mais cheios, sem lugares para sentar. No horário de pico não tem lugar nem para o passageiro se segurar. Por isso não concordo com essa novidade e nem com essa diferença entre pagamento no dinheiro ou no cartão”, pontuou.
O diretor da TransBetim esclarece que, por lei, os municípios precisam conceder esse tipo de reajuste para que assim as concessionárias do transporte reponham pelo menos parte dos custos operacionais.
“Muita gente não sabe, mas não são as gestões municipais que arcam com o transporte coletivo das cidades. Nós definimos normas e padrões, entretanto não custeamos. A operação dessas empresas é custeada justamente pelas passagens pagas pelos usuários. Com a inflação e o aumento exorbitante dos insumos, fica impossível para o município impedir um reajuste nas tarifas”, justifica Gilmar Mascarenhas.
Redução de veículos
Desde o início da Onda Roxa (17/03), o quadro de horários do transporte público de Betim foi reduzido e readequado para prevenção à Covid-19, de acordo com indicações do plano de recuperação econômica.
Sendo assim, a Transbetim informou que as atualizações dos itinerários já estão disponíveis no aplicativo ClicaBus e/ ou no site: www.betim.mg.gov.br, na aba Outros Órgãos / Transbetim.
A prefeitura destaca que diariamente é avaliado a necessidade de novas intervenções no quadro de horários, a fim de assegurar o conforto e a segurança dos usuários.
Recentemente, a empresa disponibilizou um canal de denúncias e reclamações para os passageiros. Eles podem relatar quaisquer irregularidades no serviço por meio do ClicaBus ou pelo telefone: 0800 283 5993.