Na semana passada, Renato Eustáquio foi apresentado pela Polícia Civil como mais uma das pessoas que morreram no dia 29 de janeiro de 2019, em Brumadinho
Uma das 11 vítimas da tragédia-crime da Vale em Brumadinho que estão desaparecidas foi identificada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, após conclusão de análise em segmento referente ao fêmur humano.
O anúncio ocorreu na última quinta-feira, 27 de maio, e trata-se do soldador e funcionário da mineradora, Renato Eustáquio de Sousa, de 34 anos. Segundo o superintendente de Perícia Técnica e Científica, Thales Bittencourt de Vasconcellos, o segmento foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros, em 14 de janeiro deste ano, e encaminhado para análise no Instituto de Criminalística da Polícia Civil, no dia 28 do mesmo mês.
A última vez que houve a confirmação da identidade de uma vítima do rompimento da barragem foi há pouco mais de 1 ano e 5 meses, em dezembro de 2019.
De acordo com informações, até 27 de maio de 2021, o Instituto de Criminalística recebeu 909 segmentos de corpos, dos quais 874 já foram analisados e finalizados. Sendo assim, 96% de todos os segmentos já foram processados e identificados. Até a mesma data, a Polícia Civil confirmou ter ainda 35 segmentos em processamento no laboratório de DNA.
Antes da divulgação da informação, a família do soldador já havia sido informada sobre a identificação de Renato. Ele trabalhava há nove anos na Vale e em 14 de março de 2019 teria completado 32 anos de vida. No dia do rompimento, Renato passava por um treinamento da Mina Córrego do Feijão para ser promovido. Em vida, deixou uma esposa e duas filhas.
Com esse novo fato, agora, são 260 vítimas encontradas e identificadas em Brumadinho e 10 “joias”, como são chamadas pelos familiares e pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), estão sob os trabalhos de buscas dos militares.
O governador Romeu Zema (Novo) disse que a identificação traz um alento para a família. “Foi identificada hoje (27/05) mais uma joia. Que Deus conforte os familiares. Não vamos perder as esperanças”, publicou nas redes sociais.
“Tanto o IML quanto o Instituto de Criminalística vêm trabalhando diuturnamente, buscando a solução desta questão de identificação de todas as vítimas. Sabemos da importância, o que isso significa para as famílias, e estamos empenhados nisso”, disse o superintendente Thales Bittencourt.
A identificação também é resultado do incansável e ininterrupto trabalho do CBMMG que, desde 25 de janeiro de 2019, já empregou mais de 4 mil bombeiros militares de todo o Estado em uma operação que continua até hoje, dois anos e quatro meses depois.
Atualmente, o Corpo de Bombeiros está em fase de implementação da oitava fase de buscas, que contará com tecnologia para a aceleração do processo de vistoria de rejeito, doutrina advinda das análises dos especialistas bombeiros militares e que aumentará ainda mais a possibilidade de se localizar e identificar as 10 joias restantes.
*Com informações, Imprensa do Estado de MG e Polícia Civil de Minas Gerais.